quarta-feira, 18 de abril de 2012

Kairós

terça-feira, 13 de março de 2012

Facebook do G.O

 


estamos com nosso  Facebook do Grupo de Oração venham curtir a graça de Deus operando no Ministério de Comunicação,fique por dentro das atualizações do nosso grupo e venha participar conosco através da internet do nosso grupo !
a todos a Paz de Cristo e o Amo de Maria
 


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CRISTO VIVE, ALELUIA!


I CRISTO VIVE, ALELUIA! Nosso maior evento de Páscoa da Paróquia de Fátima, onde vem mostrar, que estamos felizes por ser católicos filhos de Deus Vivo, aonde temos o dever de sair, passar, percorrer e anunciar  O Cristo  que vive, pois somos seus aleluias e que vamos anunciar essa boa noticia a todos fazendo a Páscoa do Filho de Deus, que Venceu a Morte e Vive, nos trouxe a Luz, somos seu povo santo andando e caminhando pelas ruas da nossa Paróquia, para Louvar, adorar e agradecer. Somos alegres e para mostrar nossa alegria vamos colori as ruas, as praças e com muita animação anunciar que CRISTO VIVE. Os representantes da comunidades deveram comparecer na casa paroquial para saber qual será a cor que representará sua comunidade no dia 14, ou ligar para Padre Ranieri, as comunidades que já tem suas cores pré-estabelecidas pelo seu padroeiro ou santo, terão prioridades nas cores. Vamos juntos anunciar CRISTO VIVE, ALELUIA!

I CRISTO VIVE, ALELUIA! Nosso maior evento de Páscoa da Paróquia de Fátima, onde vem mostrar, que estamos felizes por ser católicos filhos de Deus Vivo, aonde temos o dever de sair, passar, percorrer e anunciar  O Cristo  que vive, pois somos seus aleluias e que vamos anunciar essa boa noticia a todos fazendo a Páscoa do Filho de Deus, que Venceu a Morte e Vive, nos trouxe a Luz, somos seu povo santo andando e caminhando pelas ruas da nossa Paróquia, para Louvar, adorar e agradecer. Somos alegres e para mostrar nossa alegria vamos colori as ruas, as praças e com muita animação anunciar que CRISTO VIVE. Os representantes da comunidades deveram comparecer na casa paroquial para saber qual será a cor que representará sua comunidade no dia 14, ou ligar para Padre Ranieri, as comunidades que já tem suas cores pré-estabelecidas pelo seu padroeiro ou santo, terão prioridades nas cores. Vamos juntos anunciar CRISTO VIVE, ALELUIA!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quaresma, a luta contra o pecado


‘Se não fizerdes penitência, todos perecereis’

Desde o início do Cristianismo a Quaresma marcou para os cristãos um tempo de graça, oração, penitência e jejum, com o objetivo de se chegar à conversão. Ela nos faz lembrar as palavras de Jesus: “Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3). Se não deixarmos o pecado, não poderemos ter a vida eterna em Deus; logo, a atividade mais importante é a nossa conversão, renunciar ao pecado.

Nada é pior do que o pecado para a vida do homem, da Igreja e do mundo, ensina a Igreja; por isso Cristo veio, exatamente, “para tirar pecado do mundo” (cf. Jo 1, 29). Ele é o Cordeiro de Deus imolado para isso.

São Paulo insiste: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (cf Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (2 Cor 6, 1-2).

A Quaresma nos oferece, então, esse “tempo favorável” para deixarmos o pecado e voltarmos para Deus. E para isso fazemos penitência. O seu objetivo não é nos fazer sofrer ou nos privar de algo que nos agrada, mas ser um meio de purificação de nossa alma. Sabemos o que devemos fazer e como viver para agradar a Deus, mas somos fracos; a penitência é feita para nos dar forças espirituais na luta contra o pecado.

A melhor Penitência, sem dúvida, é a do Sacramento que tem esse nome. Jesus instituiu a Confissão em Sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (cf. Jo 20,22) dizendo-lhes: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.

Além do Sacramento da Confissão a Igreja nos oferece outras penitências que nos ajudam a buscar a santidade: sobretudo as recomendadas por Jesus no Sermão da Montanha (cf. Mt 6,1-8): “O jejum, a esmola e a oração”, chamados pela Igreja de “remédios contra o pecado”.

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma, a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Vencemos o pecado praticando a virtude oposta a ele. Assim, para vencer o orgulho, devemos viver a humildade; para vencer a ganância devemos dar esmolas; para vencer a impureza, praticar a castidade; para vencer a gula, jejuar; para vencer a ira, aprender a perdoar; para vencer a inveja, ser bom; para vencer a preguiça, levantar-se e ajudar os outros. Essas são boas penitências para a Quaresma.

Todos os exercícios de piedade e de mortificação têm como objetivo livrar-nos do pecado. O jejum fortalece o espírito e a vontade para que as paixões desordenadas (gula, ira, inveja, soberba, ganância, luxúria, preguiça) não dominem a nossa vida e a nossa conduta.

A oração fortalece a alma no combate contra o pecado. Jesus ensinou: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41a); “Pedi e se vos dará” (Mt 7,7). E São Paulo recomendou: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17).

A Palavra de Deus nos ensina: “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a 
misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9).

“A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados” (Eclo 3,33). “Encerra a esmola no seio do pobre, e ela rogará por ti para te livrar de todo o mal” (Eclo 29,15).Então, cada um deve fazer na Quaresma um “programa” espiritual: fazer o jejum que consegue (cada um é diferente do outro); pode ser parcial ou total. Pode, por exemplo, deixar de ver a TV, deixar de ir a uma festa, a uma diversão, não comer uma comida de que gosta ou uma bebida; não dizer uma palavra no momento de raiva ou contrariedade, não falar de si mesmo, dar a vez aos outros na igreja, na fila, no ônibus; ser manso e atencioso com os outros, perdoar a todos, dormir um pouco menos, rezar mais, ir à Santa Missa durante a semana… Enfim, há mil maneiras de fazer boas penitências que nos ajudam a fortalecer o espírito para que ele não fique sufocado e esmagado pelo corpo e pela matéria.

A penitência não é um fim em si mesma; é um meio de purificação e santificação; por isso deve ser feita com alegria.

Prof. Felipe Aquino

‘Se não fizerdes penitência, todos perecereis’

Desde o início do Cristianismo a Quaresma marcou para os cristãos um tempo de graça, oração, penitência e jejum, com o objetivo de se chegar à conversão. Ela nos faz lembrar as palavras de Jesus: “Se não fizerdes penitência, todos perecereis” (Lc 13,3). Se não deixarmos o pecado, não poderemos ter a vida eterna em Deus; logo, a atividade mais importante é a nossa conversão, renunciar ao pecado.

Nada é pior do que o pecado para a vida do homem, da Igreja e do mundo, ensina a Igreja; por isso Cristo veio, exatamente, “para tirar pecado do mundo” (cf. Jo 1, 29). Ele é o Cordeiro de Deus imolado para isso.

São Paulo insiste: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (cf Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (2 Cor 6, 1-2).

A Quaresma nos oferece, então, esse “tempo favorável” para deixarmos o pecado e voltarmos para Deus. E para isso fazemos penitência. O seu objetivo não é nos fazer sofrer ou nos privar de algo que nos agrada, mas ser um meio de purificação de nossa alma. Sabemos o que devemos fazer e como viver para agradar a Deus, mas somos fracos; a penitência é feita para nos dar forças espirituais na luta contra o pecado.

A melhor Penitência, sem dúvida, é a do Sacramento que tem esse nome. Jesus instituiu a Confissão em Sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (cf. Jo 20,22) dizendo-lhes: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.

Além do Sacramento da Confissão a Igreja nos oferece outras penitências que nos ajudam a buscar a santidade: sobretudo as recomendadas por Jesus no Sermão da Montanha (cf. Mt 6,1-8): “O jejum, a esmola e a oração”, chamados pela Igreja de “remédios contra o pecado”.

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma, a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Vencemos o pecado praticando a virtude oposta a ele. Assim, para vencer o orgulho, devemos viver a humildade; para vencer a ganância devemos dar esmolas; para vencer a impureza, praticar a castidade; para vencer a gula, jejuar; para vencer a ira, aprender a perdoar; para vencer a inveja, ser bom; para vencer a preguiça, levantar-se e ajudar os outros. Essas são boas penitências para a Quaresma.

Todos os exercícios de piedade e de mortificação têm como objetivo livrar-nos do pecado. O jejum fortalece o espírito e a vontade para que as paixões desordenadas (gula, ira, inveja, soberba, ganância, luxúria, preguiça) não dominem a nossa vida e a nossa conduta.

A oração fortalece a alma no combate contra o pecado. Jesus ensinou: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41a); “Pedi e se vos dará” (Mt 7,7). E São Paulo recomendou: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17).

A Palavra de Deus nos ensina: “É boa a oração acompanhada do jejum e dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro, porque a esmola livra da morte, e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a 
misericórdia e a vida eterna” (Tb 12, 8-9).

“A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados” (Eclo 3,33). “Encerra a esmola no seio do pobre, e ela rogará por ti para te livrar de todo o mal” (Eclo 29,15).Então, cada um deve fazer na Quaresma um “programa” espiritual: fazer o jejum que consegue (cada um é diferente do outro); pode ser parcial ou total. Pode, por exemplo, deixar de ver a TV, deixar de ir a uma festa, a uma diversão, não comer uma comida de que gosta ou uma bebida; não dizer uma palavra no momento de raiva ou contrariedade, não falar de si mesmo, dar a vez aos outros na igreja, na fila, no ônibus; ser manso e atencioso com os outros, perdoar a todos, dormir um pouco menos, rezar mais, ir à Santa Missa durante a semana… Enfim, há mil maneiras de fazer boas penitências que nos ajudam a fortalecer o espírito para que ele não fique sufocado e esmagado pelo corpo e pela matéria.

A penitência não é um fim em si mesma; é um meio de purificação e santificação; por isso deve ser feita com alegria.

Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cartas de um demônio ao aprendiz



Meu Caro Vermebile,

Compreendo o que você diz sobre guiar o seu paciente em suas leituras e também fazer de tudo para que ele sempre tenha encontros com seu amigo materialista. Mas você não está sendo um pouquinho ingênuo nesta tarefa? Parece-me que você vê a argumentação como o melhor arma para mantê-lo afastado do Inimigo(Deus). Isso até seria aceitável, se seu paciente tivesse vivido alguns séculos atrás. Naquele tempo, os humanos sabiam muito bem quando algo havia sido provado ou não. Em caso afirmativo, os homens a aceitavam e mudavam sua maneira de agir e de pensar, somente seguindo uma corrente de raciocínio. No entanto, devido à imprensa semanal e a armas semelhantes, alteramos bastante este contexto.

Parta do princípio que seu paciente já se acostumou desde criança a ter uma dúzia de filosofias diferentes dançando em sua cabeça. Ele não usa o critério de “VERDADEIRO” ou “FALSO” para classificar cada doutrina que lhe apareça (seja do Inimigo ou nossa), e sim, ele verifica se a doutrina é “Acadêmica” ou “Prática”, “Antiquada” ou “Atual”, ” Aceitável” ou “Cruel”. O jargão, e não a argumentação lógica, é o seu melhor aliado para lhe afastar da Igreja. Não perca tempo tentando levá-lo a acreditar que o Materialismo seja verdadeiro (sabemos que não é). Faça-o pensar que ele é algo sólido, ou óbvio, ou audaz – enfim, que é a Filosofia do Futuro! Este é o tipo de coisas que lhe despertarão a atenção.

Percebo que você tem intenções produtivas, mas há um problema muito grande quando tentamos persuadir o paciente a passar para nosso lado pelo emprego de argumentos e lógica: isto conduz toda a luta para o campo do Inimigo(Deus), ele também sabe argumentar muito bem (e melhor do que nós). Por outro lado, no que diz respeito à propaganda prática (ainda que falsa) que lhe sugeri, Ele tem se mostrado por séculos bem inferior ao Nosso Pai lá de Baixo. Pela pura argumentação, você despertará o raciocínio do paciente; uma vez que a razão dele desperte, quem poderia prever o resultado?

Veja que perigo! Mesmo que uma cadeia de raciocínio lógico possa ser torcida de modo a nos favorecer, isso tende a acostumar o paciente ao hábito fatal de questionar as coisas, analisando as mesmas com visão geral, e desviando-se das experiências ditas “concretas”, que na verdade são apenas experiências sensíveis e imediatas. Sua maior ocupação deve ser portanto a de prender a atenção da vítima de modo a jamais se libertar da corrente do “Se eu vejo, creio!”. Ensine-o chamar esta corrente “Vida Real”, e jamais deixe-o perguntar a si próprio o que significa “Real”.

Lembre-se: ele não é, como você, um espírito puro. Como você jamais foi humano (E abominável a vantagem do Inimigo neste ponto) você não percebe o quanto os humanos são escravizados à rotina. Certa vez, tive um paciente, ateu convicto, que costumava fazer pesquisas no Museu Britânico. Certo dia, enquanto ele lia, notei que em sua mente um pensamento tentava levá-lo para o caminho errado. Com efeito, o Inimigo ali estava ao seu lado, naquele momento. Em um piscar de olhos, vi o meu trabalho de vinte anos começando a desmoronar. Se tivesse entrado em pânico e tentado argumentar, eu estaria irremediavelmente perdido. Mas não fui tolo a esse ponto! Recordei da parte da vítima que mais estava sob meu controle e lembrei-lhe que estava na hora de almoçar. O Inimigo acho lhe fez uma contra-sugestão (você bem sabe como é difícil acompanhar aquilo que Ele lhes diz) de que a questão que lhe surgira na mente era mais importante do que o alimento. Penso ter sido essa a técnica do Inimigo porque quando lhe disse “Basta! Isto é algo muito importante para se meditar num final de manhã…”, vi que o paciente ficou satisfeito. Assim, arrisquei dizer: “E muito melhor se você voltar ao assunto depois do almoço e estudar o problema com cabeça mais fresca. Não havia acabado a frase e ele já estava no meio do caminho para a rua. Na rua, a batalha estava ganha. Mostrei-lhe um jornaleiro gritando “Olha o Jornal da Tarde”, e o Ônibus No.73 que ia passando, e antes que ele tivesse dado muitos passos, eu o tinha convencido de que sejam lá quais forem as idéias extraordinárias que possam vir à mente de alguém trancado com seus livros, basta uma dose de “Vida Real” (que ele entendia como o ônibus e o jornaleiro gritando) para persuadi-lo que “Aquilo Tudo” não podia ser verdade de jeito nenhum.


vítima escapara por um fio, e anos mais tarde, gostava de se referir àquela ocasião como “senso inarticulado de realidade, que é o último salva-vidas contra as aberrações da simples lógica”. Hoje, ele está seguro, na Casa de Nosso Pai. Começa a perceber ? Graças a processos que ensinamos em séculos passados, os homens acham quase impossível crer em realidades que não lhes sejam familiares, se estão diante de seus olhos fatos mais ordinários. Insista pois em lhe mostrar o lado comum das coisas. Acima de tudo, não faça qualquer tentativa de usar a Ciência (digo, a verdadeira) como defesa contra o Cristianismo.

Certamente, as Ciências o encorajariam a pensar em realidades que a visão e o tato não percebem. Tem havido tristes perdas para nós entre os cientistas da Física. Se a vítima teimar em mergulhar na Ciência, faça tudo que você puder para dirigi-la para estudos econômicos e sociais, acima de tudo, não deixe que ela abandone a indispensável “Vida Real”. Mas o ideal é não deixar que leia coisa alguma de Ciência alguma, e sim lhe dar a idéia de que já sabe de tudo e que tudo que ele assimila das conversas nas “rodinhas” são resultados das “descobertas mais recentes”. Não se esqueça que sua função é confundir a vítima. Pela maneira como alguns de vocês, diabos inexperientes falam, poderiam até pensar (que absurdo!) que nossa função fosse ensinar!

Afetuosamente, seu tio, Fitafuso.

LEWIS, C.S., Cartas de um diabo ao seu aprendiz. [Tradução revista por Silva Mendes] 1a. Edição. EUA. HARPERCOLLINS UK, 1990.

Fonte: bibliacatolica.com


Meu Caro Vermebile,

Compreendo o que você diz sobre guiar o seu paciente em suas leituras e também fazer de tudo para que ele sempre tenha encontros com seu amigo materialista. Mas você não está sendo um pouquinho ingênuo nesta tarefa? Parece-me que você vê a argumentação como o melhor arma para mantê-lo afastado do Inimigo(Deus). Isso até seria aceitável, se seu paciente tivesse vivido alguns séculos atrás. Naquele tempo, os humanos sabiam muito bem quando algo havia sido provado ou não. Em caso afirmativo, os homens a aceitavam e mudavam sua maneira de agir e de pensar, somente seguindo uma corrente de raciocínio. No entanto, devido à imprensa semanal e a armas semelhantes, alteramos bastante este contexto.

Parta do princípio que seu paciente já se acostumou desde criança a ter uma dúzia de filosofias diferentes dançando em sua cabeça. Ele não usa o critério de “VERDADEIRO” ou “FALSO” para classificar cada doutrina que lhe apareça (seja do Inimigo ou nossa), e sim, ele verifica se a doutrina é “Acadêmica” ou “Prática”, “Antiquada” ou “Atual”, ” Aceitável” ou “Cruel”. O jargão, e não a argumentação lógica, é o seu melhor aliado para lhe afastar da Igreja. Não perca tempo tentando levá-lo a acreditar que o Materialismo seja verdadeiro (sabemos que não é). Faça-o pensar que ele é algo sólido, ou óbvio, ou audaz – enfim, que é a Filosofia do Futuro! Este é o tipo de coisas que lhe despertarão a atenção.

Percebo que você tem intenções produtivas, mas há um problema muito grande quando tentamos persuadir o paciente a passar para nosso lado pelo emprego de argumentos e lógica: isto conduz toda a luta para o campo do Inimigo(Deus), ele também sabe argumentar muito bem (e melhor do que nós). Por outro lado, no que diz respeito à propaganda prática (ainda que falsa) que lhe sugeri, Ele tem se mostrado por séculos bem inferior ao Nosso Pai lá de Baixo. Pela pura argumentação, você despertará o raciocínio do paciente; uma vez que a razão dele desperte, quem poderia prever o resultado?

Veja que perigo! Mesmo que uma cadeia de raciocínio lógico possa ser torcida de modo a nos favorecer, isso tende a acostumar o paciente ao hábito fatal de questionar as coisas, analisando as mesmas com visão geral, e desviando-se das experiências ditas “concretas”, que na verdade são apenas experiências sensíveis e imediatas. Sua maior ocupação deve ser portanto a de prender a atenção da vítima de modo a jamais se libertar da corrente do “Se eu vejo, creio!”. Ensine-o chamar esta corrente “Vida Real”, e jamais deixe-o perguntar a si próprio o que significa “Real”.

Lembre-se: ele não é, como você, um espírito puro. Como você jamais foi humano (E abominável a vantagem do Inimigo neste ponto) você não percebe o quanto os humanos são escravizados à rotina. Certa vez, tive um paciente, ateu convicto, que costumava fazer pesquisas no Museu Britânico. Certo dia, enquanto ele lia, notei que em sua mente um pensamento tentava levá-lo para o caminho errado. Com efeito, o Inimigo ali estava ao seu lado, naquele momento. Em um piscar de olhos, vi o meu trabalho de vinte anos começando a desmoronar. Se tivesse entrado em pânico e tentado argumentar, eu estaria irremediavelmente perdido. Mas não fui tolo a esse ponto! Recordei da parte da vítima que mais estava sob meu controle e lembrei-lhe que estava na hora de almoçar. O Inimigo acho lhe fez uma contra-sugestão (você bem sabe como é difícil acompanhar aquilo que Ele lhes diz) de que a questão que lhe surgira na mente era mais importante do que o alimento. Penso ter sido essa a técnica do Inimigo porque quando lhe disse “Basta! Isto é algo muito importante para se meditar num final de manhã…”, vi que o paciente ficou satisfeito. Assim, arrisquei dizer: “E muito melhor se você voltar ao assunto depois do almoço e estudar o problema com cabeça mais fresca. Não havia acabado a frase e ele já estava no meio do caminho para a rua. Na rua, a batalha estava ganha. Mostrei-lhe um jornaleiro gritando “Olha o Jornal da Tarde”, e o Ônibus No.73 que ia passando, e antes que ele tivesse dado muitos passos, eu o tinha convencido de que sejam lá quais forem as idéias extraordinárias que possam vir à mente de alguém trancado com seus livros, basta uma dose de “Vida Real” (que ele entendia como o ônibus e o jornaleiro gritando) para persuadi-lo que “Aquilo Tudo” não podia ser verdade de jeito nenhum.


vítima escapara por um fio, e anos mais tarde, gostava de se referir àquela ocasião como “senso inarticulado de realidade, que é o último salva-vidas contra as aberrações da simples lógica”. Hoje, ele está seguro, na Casa de Nosso Pai. Começa a perceber ? Graças a processos que ensinamos em séculos passados, os homens acham quase impossível crer em realidades que não lhes sejam familiares, se estão diante de seus olhos fatos mais ordinários. Insista pois em lhe mostrar o lado comum das coisas. Acima de tudo, não faça qualquer tentativa de usar a Ciência (digo, a verdadeira) como defesa contra o Cristianismo.

Certamente, as Ciências o encorajariam a pensar em realidades que a visão e o tato não percebem. Tem havido tristes perdas para nós entre os cientistas da Física. Se a vítima teimar em mergulhar na Ciência, faça tudo que você puder para dirigi-la para estudos econômicos e sociais, acima de tudo, não deixe que ela abandone a indispensável “Vida Real”. Mas o ideal é não deixar que leia coisa alguma de Ciência alguma, e sim lhe dar a idéia de que já sabe de tudo e que tudo que ele assimila das conversas nas “rodinhas” são resultados das “descobertas mais recentes”. Não se esqueça que sua função é confundir a vítima. Pela maneira como alguns de vocês, diabos inexperientes falam, poderiam até pensar (que absurdo!) que nossa função fosse ensinar!

Afetuosamente, seu tio, Fitafuso.

LEWIS, C.S., Cartas de um diabo ao seu aprendiz. [Tradução revista por Silva Mendes] 1a. Edição. EUA. HARPERCOLLINS UK, 1990.

Fonte: bibliacatolica.com

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Eis o Tempo de Conversão!



Com a Quarta-feira de Cinzas iniciamos o tempo da Quaresma, tempo forte e rico liturgicamente para a Igreja, é com as cinzas que nos lembramos de que viemos, e voltaremos ao pó, Além disso, a liturgia nos convida a vivenciar uma inteira conversão, e para isso, temos um tripé primordial, uma pedagogia divina que nos ajuda a vivê-la: é o jejum, a oração e a esmola.
É nesta chamada de atenção que a Igreja nos deixa como incógnita se realmentesabemos distinguir a nossa fragilidade, do nosso pecado, como também crer naquele que é o nosso Salvador.
Ressoa para nós o apelo que o Senhor nos faz: “Voltai a mim com todo o coração”. E nesse tempo, somos chamados a converter o nosso coração a Deus, conscientes de que não podemos realizar uma conversão sozinhos ou com as nossas próprias forças, porque é Deus que nos converte. Ele nos oferece o seu perdão e convidando-nos a voltar a Ele para que tire nosso coração de Pedra e nos dê um coração novo, purificado do mal que nos oprime.
O nosso mundo tem necessidade de ser convertido por Deus, tem necessidade do seu perdão, do seu amor, tem necessidade de um coração novo e só o teremos escudando a voz do Senhor – e escutar, aqui, significa não somente ouvir sua Palavra, mas pensar nele, contemplá-lo, observar seus modos, sua vida, suas atitudes, seus apelos, apreender seus sentimentos… Somente assim, abertos para o Senhor, poderemos perceber o que ele espera de nós.
Anteriormente falei da pedagogia divina que nos acompanha nesta quaresma, e Jesus, no Evangelho relê essas três obras fundamentais de piedade que estão na lei de Moisés, (jejum, a oração e a esmola).
Façamos assim a nossa penitência e fixemos atentamente o olhar no Sangue de Cristo que foi derramado na Cruz para nossa salvação e compreendamos o quão é precioso. É neste tempo favorável que somos convidados a jejuar e a praticarmos com mais ênfase a oração, que é o diálogo com Deus, assim como os olhos do corpo são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável, a oração é uma atitude exterior que provem do coração, se torna a mediadora entre Deus e os homens.
Iniciando uma nova Quaresma, um novo caminho de renovação espiritual, peçamos ao Senhor a graça da conversão pessoal e comunitária para formarmos assim uma sociedade mais justa deixando-nos iluminar pela Palavra do Senhor e corajosamente enxergarmos, à luz do Cristo, o que deve ser mudado em nós.
“Cantemos a quaresma com um canto de luto, com um canto sem gloria e sem aleluia, um canto sem flores, sem vestes de alegria, um canto que se torna um grito penitente que implora e suplica”, Não nos mascaremos. Levantemo-nos, como o filho pródigo, e digamos: “Vou voltar! Vou dizer: pequei contra o céu e contra ti! Não sou digno!” E que a oração, a esmola e a penitência, sobretudo nos alimentos, sejam sinais externos dessa conversão interior.
ASSIM SEJA!


Com a Quarta-feira de Cinzas iniciamos o tempo da Quaresma, tempo forte e rico liturgicamente para a Igreja, é com as cinzas que nos lembramos de que viemos, e voltaremos ao pó, Além disso, a liturgia nos convida a vivenciar uma inteira conversão, e para isso, temos um tripé primordial, uma pedagogia divina que nos ajuda a vivê-la: é o jejum, a oração e a esmola.
É nesta chamada de atenção que a Igreja nos deixa como incógnita se realmentesabemos distinguir a nossa fragilidade, do nosso pecado, como também crer naquele que é o nosso Salvador.
Ressoa para nós o apelo que o Senhor nos faz: “Voltai a mim com todo o coração”. E nesse tempo, somos chamados a converter o nosso coração a Deus, conscientes de que não podemos realizar uma conversão sozinhos ou com as nossas próprias forças, porque é Deus que nos converte. Ele nos oferece o seu perdão e convidando-nos a voltar a Ele para que tire nosso coração de Pedra e nos dê um coração novo, purificado do mal que nos oprime.
O nosso mundo tem necessidade de ser convertido por Deus, tem necessidade do seu perdão, do seu amor, tem necessidade de um coração novo e só o teremos escudando a voz do Senhor – e escutar, aqui, significa não somente ouvir sua Palavra, mas pensar nele, contemplá-lo, observar seus modos, sua vida, suas atitudes, seus apelos, apreender seus sentimentos… Somente assim, abertos para o Senhor, poderemos perceber o que ele espera de nós.
Anteriormente falei da pedagogia divina que nos acompanha nesta quaresma, e Jesus, no Evangelho relê essas três obras fundamentais de piedade que estão na lei de Moisés, (jejum, a oração e a esmola).
Façamos assim a nossa penitência e fixemos atentamente o olhar no Sangue de Cristo que foi derramado na Cruz para nossa salvação e compreendamos o quão é precioso. É neste tempo favorável que somos convidados a jejuar e a praticarmos com mais ênfase a oração, que é o diálogo com Deus, assim como os olhos do corpo são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável, a oração é uma atitude exterior que provem do coração, se torna a mediadora entre Deus e os homens.
Iniciando uma nova Quaresma, um novo caminho de renovação espiritual, peçamos ao Senhor a graça da conversão pessoal e comunitária para formarmos assim uma sociedade mais justa deixando-nos iluminar pela Palavra do Senhor e corajosamente enxergarmos, à luz do Cristo, o que deve ser mudado em nós.
“Cantemos a quaresma com um canto de luto, com um canto sem gloria e sem aleluia, um canto sem flores, sem vestes de alegria, um canto que se torna um grito penitente que implora e suplica”, Não nos mascaremos. Levantemo-nos, como o filho pródigo, e digamos: “Vou voltar! Vou dizer: pequei contra o céu e contra ti! Não sou digno!” E que a oração, a esmola e a penitência, sobretudo nos alimentos, sejam sinais externos dessa conversão interior.
ASSIM SEJA!

Somente no Sim a Deus, somos completamente livres#1

 

Queridos irmãos e irmãs,
Hoje gostaria de falar sobre a oração de Jesus no Getsêmani, no Horto das Oliveiras. O cenário da narração evangélica desta oração é particularmente significativo. Jesus parte para o Monte das Oliveiras, depois da Última Ceia, enquanto reza com os seus discípulos. Narra o Evangelista Marcos: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”(Marcos 14,26). Faz alusão provavelmente ao canto de alguns Salmos do Hallel com os quais se agradece a Deus pela libertação do povo da escravidão e se pede ajuda para as dificuldades e ameaças sempre novas do presente. O percurso até o Getsêmani é composto por expressões de Jesus que torna iminente seu destino de morte e anunciam a impendente dispersão dos discípulos.
Chegando ao Monte das Oliveiras, também naquela noite Jesus se preparaem oração. Masdesta vez acontece algo novo: Ele parece não querer ficar só. Muitas vezes Jesus se retirava à parte da multidão e dos próprios discípulos, se resguardando “em lugares desertos” (cfr Marcos 1,35) ou subindo “no Monte”, diz São Marcos (cfr Marcos 6,46). No Getsêmani, ao invés, Eli convida Pedro, Tiago e João para ficarem próximos. São os mesmos discípulos chamados para estarem com Ele no Monte da Transfiguração (cfr Marcos 9,2-13). Esta proximidade entre os três durante a oração no Getsêmani é significativa. Também naquela note Jesus rezará ao Pai “sozinho”, porque o seu relacionamento com Ele é totalmente único e singular: é o relacionamento do Filho Unigênito. Dir-se-ia, sobretudo naquela noite que ninguém poderia aproximar-se do Filho, que se apresenta ao Pai na sua identidade absolutamente única, exclusiva. Jesus, porém, mesmo chegando “sozinho” no ponto onde irá rezar, quer que pelo menos os três discípulos permaneçam não muito longe, em uma relação mais estreita com Ele. Trata-se de uma aproximação espacial, um pedido de solidariedade no momento no qual se sente aproximar-se da morte, mas é sobretudo uma proximidade na oração, para exprimir, de algum modo, a sintonia com Ele, no momento em que se aproxima o cumprimento até o fim da vontade do Pai e é um convite para que cada discípulo  o siga no caminho da Cruz. O Evangelista Marco narra: “Levou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir medo e angústia. Disse a eles: “A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai”(14,33-34).
Na Palavra que se dirige aos três, Jesus, mais uma vez, se exprime com a linguagem dos Salmos: “A minha alma está profundamente triste”, uma expressão do Salmo 43 (cfr Sal 43,5). A dura determinação “até a morte”, depois, recorda uma situação vivida por muitos enviados de Deus no Antigo Testamento, a qual é expressa na oração deles. Não raramente, de fato, seguir a missão que lhes é confiada significa encontrar hostilidade, rejeição, perseguição. Moisés sente de maneira dramática a prova que sofre enquanto guia seu povo no deserto, e diz a Deus: “Eu só não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. E se assim fazes comigo, mata-me, peço-te, se tenho achado graça aos teus olhos”(Números11,14-15). Também para o profeta Elias não é fácil levar adiante o serviço a Deus e ao seu povo. No Primeiro Livro dos reis se narra: “Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais”. (19,4)
As palavras de Jesus aos três discípulos que os quer próximos durante a oração no Getsêmani, revelam como Ele experimenta o medo e angustia naquela “hora”, experimenta a última profunda solidão enquanto o designo de Deus se está realizando. E em tal medo e angústia de Jesus se recapitula todo o horror do homem diante da própria morte, a certeza de sua inexorabilidade e a percepção do peso do mal que perpassa a nossa vida.
Depois do convite para permanecer e vigiar em oração dirigido aos três, Jesus “sozinho” se dirige ao Pai. O Evangelista Marco narra que Ele “tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora”(14,35). Jesus prostrou-se em terra: é uma posição de oração que exprime a obediência à vontade do Pai, o abandonar-se com plena confiança nEle.
É um gesto que se repete no inicio da Celebração da Paixão, na Sexta-feira Santa, como também na profissão monástica e nas Ordenações diaconais, presbiteriais e episcopais, para exprimir, na oração, também corporalmente, o confiar-se completamente a Deus, o confiar nEle. Depois Jesus pede ao Pai que, se possível, passasse daquela hora. Não é apenas o medo e a angústia do homem diante da morte, mas o envolvimento do Filho de Deus que vê a terrível massa de mal que deverá assumir sobre Si para superar-lo, para privá-lo de poder.
(Continua)
FONTE:RCC

 

Queridos irmãos e irmãs,
Hoje gostaria de falar sobre a oração de Jesus no Getsêmani, no Horto das Oliveiras. O cenário da narração evangélica desta oração é particularmente significativo. Jesus parte para o Monte das Oliveiras, depois da Última Ceia, enquanto reza com os seus discípulos. Narra o Evangelista Marcos: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”(Marcos 14,26). Faz alusão provavelmente ao canto de alguns Salmos do Hallel com os quais se agradece a Deus pela libertação do povo da escravidão e se pede ajuda para as dificuldades e ameaças sempre novas do presente. O percurso até o Getsêmani é composto por expressões de Jesus que torna iminente seu destino de morte e anunciam a impendente dispersão dos discípulos.
Chegando ao Monte das Oliveiras, também naquela noite Jesus se preparaem oração. Masdesta vez acontece algo novo: Ele parece não querer ficar só. Muitas vezes Jesus se retirava à parte da multidão e dos próprios discípulos, se resguardando “em lugares desertos” (cfr Marcos 1,35) ou subindo “no Monte”, diz São Marcos (cfr Marcos 6,46). No Getsêmani, ao invés, Eli convida Pedro, Tiago e João para ficarem próximos. São os mesmos discípulos chamados para estarem com Ele no Monte da Transfiguração (cfr Marcos 9,2-13). Esta proximidade entre os três durante a oração no Getsêmani é significativa. Também naquela note Jesus rezará ao Pai “sozinho”, porque o seu relacionamento com Ele é totalmente único e singular: é o relacionamento do Filho Unigênito. Dir-se-ia, sobretudo naquela noite que ninguém poderia aproximar-se do Filho, que se apresenta ao Pai na sua identidade absolutamente única, exclusiva. Jesus, porém, mesmo chegando “sozinho” no ponto onde irá rezar, quer que pelo menos os três discípulos permaneçam não muito longe, em uma relação mais estreita com Ele. Trata-se de uma aproximação espacial, um pedido de solidariedade no momento no qual se sente aproximar-se da morte, mas é sobretudo uma proximidade na oração, para exprimir, de algum modo, a sintonia com Ele, no momento em que se aproxima o cumprimento até o fim da vontade do Pai e é um convite para que cada discípulo  o siga no caminho da Cruz. O Evangelista Marco narra: “Levou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir medo e angústia. Disse a eles: “A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai”(14,33-34).
Na Palavra que se dirige aos três, Jesus, mais uma vez, se exprime com a linguagem dos Salmos: “A minha alma está profundamente triste”, uma expressão do Salmo 43 (cfr Sal 43,5). A dura determinação “até a morte”, depois, recorda uma situação vivida por muitos enviados de Deus no Antigo Testamento, a qual é expressa na oração deles. Não raramente, de fato, seguir a missão que lhes é confiada significa encontrar hostilidade, rejeição, perseguição. Moisés sente de maneira dramática a prova que sofre enquanto guia seu povo no deserto, e diz a Deus: “Eu só não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. E se assim fazes comigo, mata-me, peço-te, se tenho achado graça aos teus olhos”(Números11,14-15). Também para o profeta Elias não é fácil levar adiante o serviço a Deus e ao seu povo. No Primeiro Livro dos reis se narra: “Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais”. (19,4)
As palavras de Jesus aos três discípulos que os quer próximos durante a oração no Getsêmani, revelam como Ele experimenta o medo e angustia naquela “hora”, experimenta a última profunda solidão enquanto o designo de Deus se está realizando. E em tal medo e angústia de Jesus se recapitula todo o horror do homem diante da própria morte, a certeza de sua inexorabilidade e a percepção do peso do mal que perpassa a nossa vida.
Depois do convite para permanecer e vigiar em oração dirigido aos três, Jesus “sozinho” se dirige ao Pai. O Evangelista Marco narra que Ele “tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora”(14,35). Jesus prostrou-se em terra: é uma posição de oração que exprime a obediência à vontade do Pai, o abandonar-se com plena confiança nEle.
É um gesto que se repete no inicio da Celebração da Paixão, na Sexta-feira Santa, como também na profissão monástica e nas Ordenações diaconais, presbiteriais e episcopais, para exprimir, na oração, também corporalmente, o confiar-se completamente a Deus, o confiar nEle. Depois Jesus pede ao Pai que, se possível, passasse daquela hora. Não é apenas o medo e a angústia do homem diante da morte, mas o envolvimento do Filho de Deus que vê a terrível massa de mal que deverá assumir sobre Si para superar-lo, para privá-lo de poder.
(Continua)
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